terça-feira, 16 de novembro de 2010

Entre 4 paredes

ENTRE QUATRO PAREDES

No calar da madrugada

Não existe mundo melhor do que entre quatro paredes.
Um mundo sem dimensão.
Sem roupa
Sem pudor.
Um mundo imprevisível
Onde tudo pode acontecer.
Um espaço onde
Dois corpos se tornam um só.
Fantasias passam a ser verdades.
Um segundo transforma-se em milênios.
Tempo só nosso.
A lua e o sol.
Entre quatro paredes, apenas nós dois.
Sob o céu iluminado, diante do brilho das estrelas, você me procura.
Sem hesitar corro e atiro-me sobre seus braços.
Sob a cama nossos corpos nus, sedentos de amor e desejo.
Um desejo sem fim!
Você desperta em mim um aquecimento fenomenal
Irradia meu sorriso largo e brilhante
Entre quatro paredes confesso a minha tara.
E à medida que nossos sentimentos se sobrepõem aos desejos
Encontramos o prazer.
De olhos fechados
Só sinto o teu toque
Um toque sem pressa, com jeito.
Dos pés até minhas coxas
Cavalga perfeitamente meu corpo, quente e sensual.
Deixando um rastilho
Em chamas, beijo-lhes sua face, serena.
E você retribui minha caricia, ora com as mãos ora com a língua.
Sutilmente, acompanhando a melodia
Cruzo o infinito, dançando em teu corpo, ardente de paixão.
Explosão de prazer
Um êxtase total.
Entre quatro paredes
Teu murmúrio me faz ver as estrelas azuis.
As paredes permanecem ali, mudas.
Elas testemunham
O nosso pecado
Eu presa em você
Você preso dentro de mim
Um encaixe perfeito.
E sem nenhum pudor
Abro-me em cadente de luz
E assim nossas energias sexuais, explodem.
Preciosos minutos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Filosofia Liclariceana

Filosofia Liclariceana



Por muito tempo meu coração permaneceu vazio.
Sem as risadas nem o calor humano.
Durante muito tempo busquei:
O amor pela metade,
Voar de pés no chão,
Viver de mentiras,
Obedecer minha razão.
Enfim, seguia regras e era igual a todos.


 












Mas, você aparece e diz que não é bem assim.
Contraria o que penso e me convence a aceitar seu mundo, suas ideias,
E por que não você?
Diz-me que devo caçar e aspirar
As bebidas mais amargas
As ervas mais poderosas
As ideias mais insanas,
Os pensamentos mais complexos,
Os sentimentos mais fortes...
Por fim, a viver verdades.




 Insiste e diz que é errado, amar em pedaços,
Voar de pés no chão,
Obedecer a fórmulas,
Viver mentiras
Seguir a razão.
Porque ninguém é igual a ninguém.
Agora convencida te digo
Que nada sabia. 














Só sei que as mentiras são verdades.
E as verdades não passam de mentiras.
E que as grandes paixões não têm limite.
E que embora quisesse ser igual, sinceramente era diferente.
Portanto, Lispector seu discurso é falho.
Também dita regras.




 Por isso, esqueça-me e não espera muito de mim.
Porque eu não vou acertar sempre
Por que vou seguir meu coração
Embora nossos universos sejam iguais
Nossas mentes sejam complexas e generosas.  
Embora sejamos incógnitas. 
Somos sempre as mesmas, mas com certeza não seremos a mesma para sempre.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Beijo demorado

 BEIJO DEMORADO
 Noites e noites, em claro, idealizando o sabor daqueles lábios sequiosos, tangidos e quentes. Sem piedade, ambicionava-os. Não sei se era uma ingênua fantasia ou um simples capricho, apenas o queria para mim. Embora não soubesse ao certo, o que fazer, ao tê-los colados nos meus lábios carentes e impetuosos.

Tocar seus lábios era sem dúvida, um desejo desvairado, que consumia meu corpo. Um sedento prazer que sentir logo que o vi pela primeira vez. Como um feitiço maldito, seus olhos, transformavam meu mundo. Seu sorriso. Ah! Seu sorriso... Era demais, irresistível. Nada me fazia tão bem quanto vê-lo sorrindo. Seu perene abraço eternizava meu amor e meu desejo de viver em seus braços. Ele me guiava...e só ao seu lado me sentia plenamente feliz.
E em um desses dias normais aconteceu nosso e o meu primeiro beijo . Inusitado, diferente, sem graça, avassalador, superficial, insolente... primoroso. Nenhum adjetivo seria suficiente para descrever aqueles precisos minutos que nossos lábios ficaram selados, que nossas línguas dançavam, com carinho, em busca do êxtase.

Tudo perfeito: O dia e ele mais inda, pelo menos era o que aparentava. Entre o silêncio de quatro paredes  permanecemos ali, eu e ele. Repentina e prazerosamente obedientes, partimos um em direção ao outro. Encontro de duas bocas devassas. Dois corpos ardentes. Suspiros excitantes. Coração acelerado. Respirações ofegantes. Troca de sensações. Plena entrega. Confissões.


Nossos lábios de leve se tocaram. Brutamente, se sentiram e se desejaram. Se antes a cobiça era absoluta, naquele instante, o medo imperava sobre aquelas pobres almas perdidas, que deixaram de seguir a razão e se entregaram ao ápice do prazer. Um prazer que minha boca esperou por mais de duas décadas. Longo tempo na ânsia por descobrir o néctar mais puro do mundo.

Parecia loucura. Uma estranha sensação a qual não tive controle apesar de lutar contra sua insanidade. Luta em vão, já que meus lábios o caçavam ferozmente. De repente descobri, através do seu toque, que o beijo era o início de todo ensejo. Ele como um beija-flor almejava, em busca de alimento, desabrochar o íntimo da minha pétala. Por outro lado, eu não queria nada mais além do meu primeiro beijo.

Seu beijo doce, meio sem jeito, sem arte, sem pressa, sem pudor, erótico, intenso... Deixou-me demente, leve, culpada, inerte, complacente, tonta, insana. Deixou-me intranqüila, sedenta, adormecida, esquecida, como que se sonhasse em chama no inferno. Recompondo-me sutilmente, desconfiei que ele não soubesse que este era meu primeiro beijo. Já que me queria em cima de seu peito por longo tempo.

Teu gosto de mel, seu cheiro embriagante de perfume provocante, sua saliva embaladas de gemidos, nossa troca molhada de ternura aguçava meu libido de um jeito bandido, que meu corpo arrepiava, mergulhado em fantasia.

Não restou um leve traço. Sentir a doçura de seus lábios na minha pele, no rosto, pescoço, orelha e nos meus seios. Nossa! Gosto de morango delicioso. Seu beijo, úmido de desejo se espalhou em cada parte do meu corpo ávido de encanto.
 Reconheço que fui covarde ao conceber, sedenta, meus lábios. Mas, depois que me entreguei aos seus cálidos beijos me sinto mais mulher. Estou pronta para dormir tranqüila, feliz, livre, sem receio dos pecados, sem temer carência, pois você afastou o medo de desejar seus lábios molhados, de sentir o calor que procurava. Agora envolvida preciso beijar-te para continuar vivendo. Quero sentir, novamente, seu corpo vibrante e ardente colado no meu. Seus braços fortes, me envolvendo, me aprisionando.

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